quarta-feira, 7 de março de 2012

Nomes compostos: uma crise de identidade

Afora os dramalhões mexicanos e em casos em que os primeiros nomes são curtinhos como Ana, Maria, João e Luís, ter nome composto pode gerar uma grande confusão.

Qual nome chamar? Como escolher? Falar os dois? Atender pelos dois?

No começo, é uma escolha...
Veja bem, meu nome é Luiza Carolina. Papai escolheu esses nomes sob a referência de duas músicas que ele gosta, a primeira de Tom Jobim, e a segunda de Chico Buarque. Lindo, não?
Enquanto eu era uma bela criança que só ficava em casa, todos me chamavam de 'Carolzinha'. Então, chegou o fatídico dia em que eu me tornei uma mocinha e comecei a frequentar a escola, onde as tias tinham por costume chamar-me pelo primeiro nome: Luiza. A partir de então, para não confundir a cabeça da pobre criança, minha família passou a adotá-lo também.

Passam-se anos e eu me acostumo totalmente com o nome Luiza ou simplesmente Luh. Identifico-me como Luiza, ajo como Luiza, apresento-me como Luiza, gosto de Luiza. 'Carol', 'Carolina' para mim passam a ser nomes de outras pessoas, ou apenas "o meu segundo nome", usado eventualmente seguido do primeiro nome em casos de repreensão. Ou seja, ouvir um "Luiza Carolina" nunca era um bom sinal.

...aí vira uma sobreposição...
Então, eis que surgem os amigos engraçadinhos que brincam de trocar e juntar os nomes. Consequentemente, tive que lembrar que "o meu segundo nome" também é o meu nome e passar a reconhecê-lo e ouvir os dois nomes juntos e não temer a represália.

Os anos passam e, já mais velha, surge outra situação. Os professores não chamam mais pelo primeiro nome; eles, agora, escolhem o nome que lhes agrada mais. Alguns ainda perguntam como você prefere ser chamada, enquanto outros não querem nem saber. Aí, se você tem só uma turma, tudo bem, eles lhe chamam pelo nome comum. Porém, se você faz cursos diferentes... Tem que se habituar a ser Luiza num canto e Carol no outro.

Interessante é quando surgem aquelas perguntas:
"Mas teu nome não é Luiza?"
"Tu é Luiza ou Carolina?"
"Luh, tu também é Carol?"
Ou, a melhor de todos
"Por que tu chama a Carol de Luiza?"

Aí você vê que não é mais apenas Luiza. Aos poucos você adquiriu algumas características de Carol e passou a ser um pouco ela também.

...pra depois virar uma confusão.
Atualmente, estou na situação em que não sei mais se sou e/ou quero ser Luiza, ou Carolina, ou simplesmente Luiza Carolina. Só sei que está cada vez mais difícil e complicado descobrir e decidir.

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