quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ciclo raivoso

Há qualquer coisa de extremamente insano nos seres humanos. Esses que são denominados "racionais" têm a capacidade de ser mais irracional do que uma anêmona-do-mar (um animal aleatório e sem sistema nervoso).

A irracionalidade em questão é a raiva, também conhecido como o pecado capital denominado 'ira'.
Raiva pode ser uma doença ou um sentimento, embora o segundo também possa ser considerado um outro tipo do primeiro.
O QUÊ???
Dá uma vontade de quebrar tudo...
Simples. Quando a pessoa está sentindo raiva é porque algo nela, simbolicamente está "doente" (geralmente é o ego).
Então, tornou-se de praxe para as pessoas se sentirem melhor e abrandar sua própria raiva fazendo raiva a outra pessoa - uma forma de se conformar com a dor é vendo outro com a mesma dor ou outra pior do que a sua. Ou seja, uma pessoa com raiva sente-se bem descontado sua raiva em outra que não tem nada haver com a história. Aí o pobre infeliz fica com raiva e acaba descontando numa quarta pessoa que teve a infelicidade de dizer "bom dia". É um ciclo que só termina se a última pessoa que teve raiva for dormir antes de falar com qualquer outra pessoa.
Ai, ai... é a estupidez humana com requintes de crueldade e egoísmo.

OBS: Barney Stinson (How I Met Your Mother) tem uma explicação interessante e parecida com essa. Ele chama de "o cadeia/círculo do grito" (episódio 15 da 3ª teporada - The Chain of Screaming).

Aprendemos desde pequenos que quando uma pessoa está com raiva, ela não pensa direito. Logo, este é o estado de espírito no qual o indivíduo está mais propenso a fazer besteiras, pois ele age por impulso, fala o que vem na cabeça para qualquer pessoa sem utilizar o 'filtro mental', esquece de raciocinar e não sabe medir consequências.
Então, sabendo, desde sempre, de tudo isso, por que as pessoas não se educam para momentos como esse?
... e de descarregar no primeiro infeliz que aparecer.
Explico. 
Não escondo de ninguém que eu sou uma pessoa complicada. Sabendo que eu, mesmo no meu melhor estado de espírito, já não sou uma pessoa fácil, tomo algumas medidas de segurança para momentos de ira. Algo muito simples: fico o mais reclusa possível, não falo com ninguém e fico emburrada no meu canto e tento pensar no mais completo vácuo. Você não pode permanecer raivoso se não pensar no que está lhe chateando;  nem descontar a sua raiva em outras pessoas se você não falar com elas; e não precisa falar com ninguém se eu me afastar. Aí, se algum desavisado se aproxima eu advirto: "É melhor não falar comigo!" Agora, se a pessoa insiste em ficar perto e "cutucando", não posso fazer nada a não ser descontar um pouco da raiva nela. Mas pelo menos eu tentei avisar, né?

Agora, o mais interessante é quando o cidadão raivoso desconta sua ira em um pobre indivíduo, deixando este chateado, e ainda se acha no direito de reclamar porque a pobre criatura ficou emburrada. Faça-me o favor (de tacar a cabeça no vão da porta e morder a língua até sangrar)!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Interesse dependente

Existem duas situações extremamente comuns e irritantes na minha vida:
1. Ócio total e improdutivo, quando você não tem saco nem pra fazer aquilo que você mais gosta;
2. Caos de compromissos, quando você tem mil e uma coisas pra fazer, mas você não consegue dar conta porque está ocupado com os seus hobbies.

É sempre assim! Quando não se tem nada de importante para fazer, nenhuma diversão parece ter sentido e você fica sem vontade alguma para fazer o que quer que seja. Mas, quando se está atolado de tarefas e deveres, sente-se uma necessidade crônica de ter um momento de ócio improdutivo para poder colocar as pernas para cima e perder tempo da forma mais inútil possível.
Compulsividade por ter o que fazer

Mas isso é normal para o ser humano, eu acho. Pior fica quando a pessoa é compulsiva por atividades, se compromete a fazer milhões de coisas eliminando boa parte do seu tempo livre de propósito. Aí, chega aquela hora em que ela (no caso, eu) não aguenta mais nem olhar para qualquer coisa que tenha um mínimo de importância, que outrora escolheu, e, ao invés de fazer o que se comprometeu, para com tudo e vai ler algum livro ou assistir seriado.

Não é que eu seja irresponsável... ou talvez seja um pouco. O caso é que os hobbies só ficam interessantes quando eu abro mão de alguma coisa pra fazê-los e não quando eu só tenho eles para me ocupar. Como quando eu fui trabalhar com o meu pai e li dois livros em quatro dias, além de todo dia ler o jornal, coisas que eu não faço normalmente. Ou quando, semestre passado, eu tinha um artigo para fazer para a faculdade, mas eu deixei para a última hora e fiz mal feito porque eu comecei a assistir Dexter.
Mas, quando eu tive uma semana sem ter porcaria nenhuma para fazer, eu não consegui  ler nem quatro páginas de um livro e nem saco para assistir episódio algum. Então, foi só aparecer demandas do grupo de extensão para o interesse pelos hobbies reaparecer e me tornar uma garota inútil novamente.
É nessas horas que eu começo a imaginar que eu tenho algum problema sério na cabeça, além de preguiça, é claro.
Até agora, nenhum dano sério. Mas nunca se sabe quando o jogo vai virar, né?