sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ninguém me lê!

1 ano de blog! Um ano todinho...
Grande coisa! ¬¬

Desculpem o recalque, mas eu sempre imaginei que com 1 ano de blog eu ia ser minimamente conhecida. Não numa proporção astronômica, pois a minha pretensão nunca chegou a tanto. É que é tão triste ter no máximo dois comentários por post. E muitas vezes eu não tenho ao menos um.

Esse post que, supostamente, deveria ser comemorativo, está servindo só para eu abrir meu coração. E fazer uma das coisas que eu mais gosto de fazer: reclamar!
Eu queria escrever alguma coisa hoje, mas não tive tempo de pensar. Então, tá saindo isso aqui.

Só não sou totalmente frustrada com relação a blog porque, pelo menos no outro (Postando7), eu tenho um número razoável de visualizações e, às vezes, até comentários. Mas, mesmo lá, eu ainda sofro o problema de visualizações pois o meu tema é justamente O problema do qual eu estou reclamando aqui: ninguém lê! Literalmente. E eu não estou falando só dos blogs.
Eu escrevo sobre literatura e não tenho tanto ibope porque as pessoas não têm o costume ou simplesmente não gostam de ler. Chega a ser triste! E meio estranho pra mim, que sou uma compulsiva por livros e leituras.


Fica a pergunta: por que as pessoas não leem? Ler é interessante, desde os clássicos da literatura a best sellers, de notícias de jornais a amenidades em blogs. É construção de conhecimento e até de personalidade.

Então, leiam mais, pois todos ganham quando o maior número possível de pessoas leem. Seja numa conversa mais embasada e interessante, ou num maior número de visualizações e comentários num blog ;]


Fica a dica: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"S'il te plaît... apprivoise-moi!"

Dando continuidade à referência francesa do post passado e fazendo uma homenagem tardia ao dia/mês das crianças, resolvi falar de um livro teoricamente infantil.


Le Petit Prince, ou O Pequeno Príncipe, do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, é o livro que, dizem, deve ser lido três vezes ao longo da vida: na infância, adolescência e vida adulta. Infelizmente, eu perdi a oportunidade de lê-lo quando criança, mas tentei compensar na adolescência. Na verdade, de vez em quando eu pego o livro pra ler novamente.

O Principezinho (título do livro em Portugal) é uma história extremamente fácil, mas nem por isso simples. Diz-se que para aprender filosofia você deve começar lendo O Pequeno Príncipe seguido por O Mundo de Sofia, para só depois chegar aos grandes pensadores. Eu juro que já ouvi isso, mas não lembro quem foi que me disse.

O livro é história do garotinho que vivia em um planeta, asteroide e que tinha como única companhia uma rosa mal humorada e mandona, e que, um belo dia, resolve sair de seu planeta para conhecer outros lugares e pessoas, e para entender a si próprio. Na sua viagem, puxada por pássaros, ele visita seis planetas, conhecendo seus habitantes, que são representantes exagerados das misérias humanas, até chegar na Terra. Então, ele faz contato com uma cobra, uma raposa e um aviador (Saint-Exupéry?) e acaba descobrindo a importância da amizade, amor e cativação. Ah! E também tem um carneiro!


Escrito em 1943, em meio à II Guerra Mundial, e ilustrado com as aquarelas do próprio autor, The Little Prince é o terceiro livro mais traduzido do mundo. E, entre idolatradores cegos e críticos céticos, é amplamente citado em textos acadêmicos ou casuais. É também dono das citações mais conhecidas e sumariamente repetidas pela humanidade como: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" e "O essencial é invisível aos olhos".


Também sofreu uma série de adaptações e recorrências através de um filme, desenho animado, audiolivro, quadrinhos, exposições e os mais variados produtos (sapatos, jóias, roupas, bolsas, cadernos, etc...) Ainda tem uma série de livros relacionados ou recorrentes ao personagem-título e ao autor, como O Amor do Pequeno Príncipe, também escrito por Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe me Disse, uma coletânea de desenhos, comentários e referências ao livro, e A Verdadeira História do Pequeno Príncipe, uma biografia do autor. E agora ele está sendo remontado para os cinemas, mas dessa vez como animação.


Em linhas gerais, é livro escrito para crianças, sejam elas crianças de fato ou adormecidas dentro de uma pessoa grande, que sempre tem algo novo a dizer ou a oferecer.


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Ver também: 




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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Guerra e Glamour

Finalmente, meu primeiro post sobre literatura brasileira. E, mais do que isso, literatura cearense!

Luzes de Paris e o fogo de Canudos é o nome do romance de Angela Gutiérrez publicado em 2006, que junta dois dos temas que, paradoxalmente, muito me atraem: a utopia da guerra e o magnetismo do fin-de-siècle francês.

O enredo, em linhas bem gerais, conta a história de Branca, uma jovem de família nobre de Fortaleza, de sua irmã de leite, Morena, e da paixão de ambas pelo médico francês, Louis. O cenário: Fortaleza, a belle époque parisiense e o conflituoso sertão baiano. Todo o glamour da França do final do século XIX misturado ao sangue e suor derramado na Guerra de Canudos.

A bela Paris e o trágico Canudos
Mas não é tão simples assim. O livro se abstém da tradicional linearidade dos fatos e viaja entre passado e presente, através dos achados de Flora sobre sua tia Branca. Porém não pense que é só a Flora que conta a história. O livro é polifônico; mescla os mais variados tipos de narrador, que vão de cartas e bilhetes ao tradicional observador onipresente.

Como se já não fosse versátil o suficiente, ele ainda é ilustrado com grandes obras de arte do siècle d'or français, como as referências a diversas obras e monumentos sobre Joana d'Arc, juntamente com uma arte típica do nordeste, um cordel sobre a história de Branca e Morena. E alguns ditames franceses (com suas devidas traduções) ainda contribuem para dar um charme ao romance. Que fique registrado que esse livro foi o meu grande influenciador para começar a estudar francês.

Um livro diferente, que conta uma história simples, mas, mesmo assim, consegue fugir do comum sem deixar de ser belo.



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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Não quero crescer!

Acho que pelo menos quem já deu uma passada d'olhos pelo meu blog já percebeu que a infância ainda não saiu de mim. Primeiro pelo recorrente uso de imagens de crianças para ilustrar meus posts - porque além de serem muito expressivas, elas ainda são muito fofas. Depois porque recentemente eu descobri, malgrado meu, que eu escrevo como "uma menina de quinze anos". Isso é legal, se você quer ser o mais clara possível, mas não é nem um pouco legal se você tem 21 anos e tem pretensões de ser ao menos uma pseudo-intelectual.

De qualquer forma, é fato que eu sempre tive dificuldades para crescer. Embora tenha sido um pouco precoce em algumas coisas, nunca abandonei certos gostos pueris e nem sei se quero largá-los. Quando eu ainda era religiosa eu costumava dizer que "para entrar no céu o adulto precisava ter alma de criança e por isso eu não vou crescer nunca". Eu já não uso o céu como justificativa, mas continuo não querendo crescer (complexo de Peter Pan?).
Por exemplo, até hoje parte dos meus filmes preferidos são desenhos animados - tipo Como Treinar o seu Dragão, Peter Pan, Up. Até hoje, quando eu tenho tempo, eu assisto desenhos animados e alguns filmes infantis, e eu realmente adoro, escuto e canto músicas da Disney. Eu, às vezes, assisto aos Feiticeiros de Waverly Place. Chavez, então... Eu troquei a foto do meu perfil do facebook para uma imagem das Guerreiras Mágicas de Rayearth e contagiada pela nostalgia da imagem, baixei os 49 episódios do desenho estou assistindo-os. Sem contar que eu já tinha feito isso com os Cavaleiros do Zodíaco. Sempre que eu vejo um gibi da Turma da Mônica, eu pego para ler, mesmo que eu já o tenha lido 17587670 de vezes. Eu leio a Turma da Mônica Jovem! E eu adoro literatura infanto-juvenil - A Lenda dos Guardiões que o digam.

Tenho muitas saudades de Sailor Moon, Super Pig, Dragon Ball Z, Os Batutinhas, Cinderela, A Bela e a Fera, Alice, Pica-pau, Punk, He-man, Caverna do Dragão, Ursinhos Carinhosos, Cavalo de Fogo, Capitão Planeta, Liga da Justiça, Super Espiãs Demais, Jackie Chan, Pernalonga, Pateta e até de Chiquititas.
De pular corda, pega-pega, esconde-esconde, mulher-pega-homem, amarelinha, folego de leão, adedonha, adoleta, gato-mia, pássaro no ninho/cobra no buraco, unidunitê, o mestre mandou...
De fazer brincar de boneca, casinha, escolinha, de fazer os mais modernos equipamentos tecnológicos com papel, de imaginar que o jardim é uma grande e perigosa floresta, que a escola era um castelo, que o viveiro era um campo anti-gravitacional, que eu tinha super-poderes, que eu ia ser uma artista famosa, de um dia eu poderia entrar na televisão.

O que eu realmente quero dizer com esse mais-longo-de-todos-os-posts é que mesmo amadurecendo a gente não precisa crescer (figurativamente falando). Sempre se pode relembrar, reviver, reinventar e aproveitar alguns momentos de nostalgia mórbida da infância, porque, além de ser super divertido, faz bem para a alma.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Deixe-se persuadir

Creio que existem alguns tipo de leitura/literatura que são "tipos curingas", pois não importa que estilo você curta, não tem como não apreciá-los.
Os romances de época estão enquadrados nessa situação, pois são leituras amenas, relativamente fáceis (se você tiver um vocabulário razoável) e despretensiosos, pois não é o final que interessa, pois esse já é óbvio, mas o desenvolvimento da história.

Persuasão na versão de bolso
 da Martin Claret
Persuasão, de Jane Austen, é um exemplo disso. Na verdade, a própria autora é o exemplo perfeito, mas não vem ao caso por enquanto.
O livro conta a história Anne Elliot, uma mulher que foi persuadida pela família a não casar com o jovem oficial da marinha Frederick Wentworth. Oito anos se passam e eles se reencontram, mas as mágoas os impedem de retomar o namoro antes menosprezado. Como uma boa história "austeneana", há uma sutil crítica à submissão das mulheres no século XIX refletida na ironia do texto e sagacidade de suas heroína, mas também o seu happy ending - os protagonistas "deixam de besteira", ficam juntos no final e têm o seu final feliz. Ah! E como não poderia deixar de faltar, uma emocionante e explicativa carta do mocinho para a protagonista.

Algumas curiosidade sobre o livro é que ele foi publicado postumamente, em 1818, Jane Austen escreveu duas versões de final feliz para ele, e que, até hoje, ele é tido como o livro preferido dos britânicos. 

Outra característica dos livros austeneanos é a adaptação do livro para televisão, filmes - recorrentemente refilmados - e peças teatrais e a referência a eles dentro de outros filmes. No caso de Persuasão, ele é o livro preferido de Kate, em a Casa do Lago.

Persuasão: filme da BBC, peça do teatro T. Earl and Kathryn Pardoe,
 e pôster do filme A Casa do Lago



Como eu não consegui achar o trailer, coloquei esse vídeo que é o final da última versão filmada em 2007 pela BBC, que começa com a carta/declaração do capitão Wentworth para Anne. Além do lindíssimo sotaque britânico, o longa conta com a despretensão típica da autora, que, ao meu ver, acaba valorizando muito mais a história.


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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Uma proposta irrecusável


Não tem nada mais instigante e excitante do que o mundo dos gângsters. E ao se falar em gângster, dois nomes nos vêm a cabeça: Al Capone e Don Corleone, mas não necessariamente nessa ordem. O primeiro foi o gângster mais temido nos Estados Unidos entre as décadas de 20 e 30. O segundo, um dos personagens mais conhecidos e marcantes da literatura e do cinema.

O Poderoso Chefão (The Godfather) é a obra-prima de Mario Puzo que foi publicada em 1969. A história gira em torno do italiano Don Vito Corleone, que é o chefe de uma das famílias mais ricas e poderosas da máfia norte-americana mo pós-2ª guerra. O livro traz a vida do patriarca, a luta das famílias pelo controle da máfia e o processo de formação daquele que seria o sucessor do grande Padrinho. Há também o apresso à família e a interessante importância da troca de favores nesse meio.

Não alheio ao sucesso do livro, a história ficou ainda mais famosa a partir de 1971, ano em que Francis Ford Coppola dirigiu o filme homônimo ao livro, que até hoje está entre os filmes mais importantes de todos os tempos. A partir daí nasceu uma trilogia, com o segundo filme lançado em 1974 e o terceiro em 1990.

DVDs O Poderoso Chefão - The Coppola Restoratiosn


Os filmes repercutiram de tal forma que, em 2000, os herdeiros de Mario Puzo fizeram um concurso para escolher aquele que teria o direito (honra) de poder continuar a história do padrinho. Eis que surge Marc Winegardner que lança, em 2006, "A Volta do Poderoso Chefão" e, em 2009, "A Vingança do Poderoso Chefão". E ainda tem mais um livro previsto para 2012, "A Família Corleone", mas desta vez será assinado por Ed Falco.

Mais do que uma boa leitura, O Poderoso Chefão virou uma espécie de referência cult - e, quem sabe pop - iconográfica  permeada de frases de efeito, como "Isso não é pessoal, são apenas negócios" e "Eu vou fazer uma proposta que ele não poderá recusar". E não é que acabou mesmo até dando algumas lições para quem aspira entrar no mundo dos negócios.

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