terça-feira, 11 de outubro de 2011

Deixe-se persuadir

Creio que existem alguns tipo de leitura/literatura que são "tipos curingas", pois não importa que estilo você curta, não tem como não apreciá-los.
Os romances de época estão enquadrados nessa situação, pois são leituras amenas, relativamente fáceis (se você tiver um vocabulário razoável) e despretensiosos, pois não é o final que interessa, pois esse já é óbvio, mas o desenvolvimento da história.

Persuasão na versão de bolso
 da Martin Claret
Persuasão, de Jane Austen, é um exemplo disso. Na verdade, a própria autora é o exemplo perfeito, mas não vem ao caso por enquanto.
O livro conta a história Anne Elliot, uma mulher que foi persuadida pela família a não casar com o jovem oficial da marinha Frederick Wentworth. Oito anos se passam e eles se reencontram, mas as mágoas os impedem de retomar o namoro antes menosprezado. Como uma boa história "austeneana", há uma sutil crítica à submissão das mulheres no século XIX refletida na ironia do texto e sagacidade de suas heroína, mas também o seu happy ending - os protagonistas "deixam de besteira", ficam juntos no final e têm o seu final feliz. Ah! E como não poderia deixar de faltar, uma emocionante e explicativa carta do mocinho para a protagonista.

Algumas curiosidade sobre o livro é que ele foi publicado postumamente, em 1818, Jane Austen escreveu duas versões de final feliz para ele, e que, até hoje, ele é tido como o livro preferido dos britânicos. 

Outra característica dos livros austeneanos é a adaptação do livro para televisão, filmes - recorrentemente refilmados - e peças teatrais e a referência a eles dentro de outros filmes. No caso de Persuasão, ele é o livro preferido de Kate, em a Casa do Lago.

Persuasão: filme da BBC, peça do teatro T. Earl and Kathryn Pardoe,
 e pôster do filme A Casa do Lago



Como eu não consegui achar o trailer, coloquei esse vídeo que é o final da última versão filmada em 2007 pela BBC, que começa com a carta/declaração do capitão Wentworth para Anne. Além do lindíssimo sotaque britânico, o longa conta com a despretensão típica da autora, que, ao meu ver, acaba valorizando muito mais a história.


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