E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?
Carlos Drummond de Andrade
Sei lá. Quando a gente está na dúvida do que fazer, ou está criando coragem pra ir atrás do que a gente quer, tudo parece mais legal, instigador. Depois que a gente supostamente consegue o que idealizou, parece que perde a graça.
Sem mais aquela expectativa "será que eu vou conseguir?" Sem mais aquela ansiedade "como vai ser o trote?" Sem mais aquela perturbação "o que os outros vão dizer?"
Era para eu estar dando piruetas de tanta felicidade: EU PASSEI! Mas não é assim que eu estou agora.
É claro que eu fiquei feliz, mas parece que está faltando alguma coisa.
Qual é o meu objetivo agora? Terminar a faculdade? É obvio. Achar um bom emprego? Evidente que sim. Mas essas motivações parecem não ser suficientes.
Eu passei tanto tempo pra me libertar da opinião dos outros, pra tomar a minha própria decisão, que agora eu me sinto livre... e só. É como se eu tivesse que tomar todas as decisões sozinha e tivesse a obrigação de acertar em todas para EU não ter que ouvir a famigerada frase "eu disse, mas ninguém me ouve". Na verdade, eu acabo de jogar por terra todos os conselhos que me deram nos últimos quatro anos pelo menos.
Tenso, né? Ou não. Ou eu só sou exagerada mesmo.
É como naquele velho ditado que você só dá valor a algo quando perde. Eu passei tanto tempo agoniada com a situação que, agora que ela passou, eu meio que não sei o que fazer e como vai ser. Não que eu queira passar por tudo aquilo de novo. Nunca mais. Eu só saí de um "lugar seguro", previsível.
E nunca esse ditado esteve tão certo pra mim em muitos outros sentidos. Mas eu não estou muito afim de escrever sobre isso. Afinal, me disseram, eu que não ouvi.
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