domingo, 27 de fevereiro de 2011

Deve ser legal ser um cachorro...

Quem nunca pensou, pelo menos uma vez, que a vida seria muito mais fácil caso fosse um bicho de estimação?
E que melhor bicho para ser do que um cachorro? Alegre, fofinho e divertido.
Não ter preocupações, levar tudo na brincadeira, não guardar mágoas. E o melhor de tudo, poder se divertir com as bizarrices que as pessoas fazem para chamar a atenção: "culuculuculuculu", "ati mamazinha", "mininu pêtu", "meu ámoooor", "quiisquiisquiis"... sem falar nas caretas. Fica difícil dizer se as pessoas ficam mais ridículas diante de um cachorro ou de um bebê. De um cachorro bebê talvez... Não?

Poder se divertir com coisas triviais como uma garrafa de plástico, um pedaço de corda, um balão, ou até mesmo um pedaço de maçã.

Não guardar rancor após uma briga. Dar um tempo, e depois voltar como se nada tivesse acontecido.

Ser amado incondicionalmente e OUVIR isso todos os dias.

Levar conforto e alegria para as pessoas precisando apenas estar presente ou dar aquela encostadinha do focinho.

Ajudar a família a "manter a forma" brincando de pega-pega.

E o mais incrível de tudo: se fazer entender por um olhar. Pra quê falar?

Eu não sei se alguém concorda comigo, mas às vezes eu queria ser um "cachorro de família"; ter uma vida tranquila e feliz, sem os problemas e preocupações do ônus de ser humano.







PS: Post livremente inspirado nas peripécias do Fred.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O porquê

Eu meio que fui inspirada a fazer esse post na aula de hoje. Primeira aula, de fato, na faculdade, e a pergunta que lembra a tia da 2ª série perguntando sobre as férias: "Por que você escolheu esse curso?"
Então, por que jornalismo?

Acho que já postei aqui que eu amo ler, principalmente literatura, desde clássicos a best-sellers, e que eu adoro escrever - desde os meus doze anos eu faço agenda e, pô, eu fiz um blog! Além disso, eu tenho muito aquela vontade egocêntrica de ser reconhecida e elogiada por algo que eu sei fazer bem, e eu sempre tive meus textos elogiados, então eu pensei que, talvez, eu poderia ficar famosa com os meus textos. Pretensiosa, não?

Bem, desde pequena, eu sempre sou solicitada para escrever as homenagens em eventos familiares e sempre sou intimada a ler textos comemorativos. Também dizem que eu sei me expressar bem. Eu não sou o tipo de pessoa que sabe de tudo, mas eu sempre posso fazer um comentário ou dar a minha opinião sobre diversos temas.

Eu já tive algumas experiências com o jornalismo que, eu sinto, influenciaram a minha decisão.
Eu já tive uma redação selecionada para aparecer no jornal da escola, na quarta série. Já tirei duas vezes o segundo lugar na semana de poesia do colégio (não me lembro os anos e não me atrevo a escrever poesia de novo). Já fui ovacionada (exagero?) após um professor ler uma adaptação que eu fiz de um artigo de jornal (nós tínhamos que transformar a linguagem referencial em poética). Já fiz um jornal para um trabalho da semana cultural do colégio. Já apresentei muitos trabalhos em forma de telejornal (nada mais chato do que uma apresentação convencional; um monte de gente falando um texto decorado e segurando um cartaz).

Na faculdade (na História), eu tive um trabalho no qual nós tínhamos que procurar fontes primárias (jornais, documentos oficiais,  fontes orais, fotos). O trabalho era em equipe, mas eu acabei tendo que fazer sozinha porque os outros membros do grupo eram... (melhor deixar pra lá). Nisso, eu passei dias pesquisando em jornais antigos, procurando relatos e documentos e fazendo entrevistas. Foi cansativo, estressante e desgastante, mas eu nunca me diverti tanto fazendo um trabalho. Eu simplesmente gostei tanto de fazer tudo aquilo, que nem me importei de fazer tudo sozinha. Eu só fiquei com raiva no dia da apresentação, que os outros "membros" da equipe não conseguiram manter o nível que eu tinha conseguido formar.

Então, mesmo com essa insegurança e receio do "desconhecido" que eu estou sentindo, lembrando desses fatos eu chego à conclusão que eu fiz uma escolha certa. Eu escolhi fazer algo que eu sei que vai me dar prazer, vai me instigar e vai propor desafios que serão ótimos de aceitar.
Sei lá. Só de escrever tudo isso, eu já me sinto bem melhor e mais segura.



PS: Esses três posts estão praticamente realizando o meu sonho de escrever uma trilogia.
Tá, eu sei. Eu sou muito besta. Mas... fazer o quê?

sábado, 19 de fevereiro de 2011

E agora?

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?
Carlos Drummond de Andrade

Passei pra jornalismo na federal! E agora?

Sei lá. Quando a gente está na dúvida do que fazer, ou está criando coragem pra ir atrás do que a gente quer, tudo parece mais legal, instigador. Depois que a gente supostamente consegue o que idealizou, parece que perde a graça.

Sem mais aquela expectativa "será que eu vou conseguir?" Sem mais aquela ansiedade "como vai ser o trote?" Sem mais aquela perturbação "o que os outros vão dizer?"
Era para eu estar dando piruetas de tanta felicidade: EU PASSEI! Mas não é assim que eu estou agora.
É claro que eu fiquei feliz, mas parece que está faltando alguma coisa.

Qual é o meu objetivo agora? Terminar a faculdade? É obvio. Achar um bom emprego? Evidente que sim. Mas essas motivações parecem não ser suficientes.
Eu passei tanto tempo pra me libertar da opinião dos outros, pra tomar a minha própria decisão, que agora eu me sinto livre... e só. É como se eu tivesse que tomar todas as decisões sozinha e tivesse a obrigação de acertar em todas para EU não ter que ouvir a famigerada frase "eu disse, mas ninguém me ouve". Na verdade, eu acabo de jogar por terra todos os conselhos que me deram nos últimos quatro anos pelo menos.

Tenso, né? Ou não. Ou eu só sou exagerada mesmo.

É como naquele velho ditado que você só dá valor a algo quando perde. Eu passei tanto tempo agoniada com a situação que, agora que ela passou, eu meio que não sei o que fazer e como vai ser. Não que eu queira passar por tudo aquilo de novo. Nunca mais. Eu só saí de um "lugar seguro", previsível.

E nunca esse ditado esteve tão certo pra mim em muitos outros sentidos. Mas eu não estou muito afim de escrever sobre isso. Afinal, me disseram, eu que não ouvi.