Há qualquer coisa de extremamente insano nos seres humanos. Esses que são denominados "racionais" têm a capacidade de ser mais irracional do que uma anêmona-do-mar (um animal aleatório e sem sistema nervoso).
A irracionalidade em questão é a raiva, também conhecido como o pecado capital denominado 'ira'.
Raiva pode ser uma doença ou um sentimento, embora o segundo também possa ser considerado um outro tipo do primeiro.
O QUÊ???
Dá uma vontade de quebrar tudo... |
Então, tornou-se de praxe para as pessoas se sentirem melhor e abrandar sua própria raiva fazendo raiva a outra pessoa - uma forma de se conformar com a dor é vendo outro com a mesma dor ou outra pior do que a sua. Ou seja, uma pessoa com raiva sente-se bem descontado sua raiva em outra que não tem nada haver com a história. Aí o pobre infeliz fica com raiva e acaba descontando numa quarta pessoa que teve a infelicidade de dizer "bom dia". É um ciclo que só termina se a última pessoa que teve raiva for dormir antes de falar com qualquer outra pessoa.
Ai, ai... é a estupidez humana com requintes de crueldade e egoísmo.
OBS: Barney Stinson (How I Met Your Mother) tem uma explicação interessante e parecida com essa. Ele chama de "o cadeia/círculo do grito" (episódio 15 da 3ª teporada - The Chain of Screaming).
Aprendemos desde pequenos que quando uma pessoa está com raiva, ela não pensa direito. Logo, este é o estado de espírito no qual o indivíduo está mais propenso a fazer besteiras, pois ele age por impulso, fala o que vem na cabeça para qualquer pessoa sem utilizar o 'filtro mental', esquece de raciocinar e não sabe medir consequências.
Então, sabendo, desde sempre, de tudo isso, por que as pessoas não se educam para momentos como esse?
... e de descarregar no primeiro infeliz que aparecer. |
Explico.
Não escondo de ninguém que eu sou uma pessoa complicada. Sabendo que eu, mesmo no meu melhor estado de espírito, já não sou uma pessoa fácil, tomo algumas medidas de segurança para momentos de ira. Algo muito simples: fico o mais reclusa possível, não falo com ninguém e fico emburrada no meu canto e tento pensar no mais completo vácuo. Você não pode permanecer raivoso se não pensar no que está lhe chateando; nem descontar a sua raiva em outras pessoas se você não falar com elas; e não precisa falar com ninguém se eu me afastar. Aí, se algum desavisado se aproxima eu advirto: "É melhor não falar comigo!" Agora, se a pessoa insiste em ficar perto e "cutucando", não posso fazer nada a não ser descontar um pouco da raiva nela. Mas pelo menos eu tentei avisar, né?
Agora, o mais interessante é quando o cidadão raivoso desconta sua ira em um pobre indivíduo, deixando este chateado, e ainda se acha no direito de reclamar porque a pobre criatura ficou emburrada. Faça-me o favor (de tacar a cabeça no vão da porta e morder a língua até sangrar)!