segunda-feira, 28 de março de 2011

Foi mal, mas a minha bola de cristal quebrou

Sabe aquelas pessoas que querem que você saiba de tudo, ou melhor, adivinhe tudo? Pensamentos, deveres, favores, HUMOR... Pois é.

Tem muita gente com sérios problemas de persepção de realidade e de possibilidade humana. Elas acham que você deveria saber de algo, mesmo quando elas não fala nada, e ainda se acham no direito de ficar com raiva e/ou brigar porque você não sabe o que ela queria que você soubesse.
Aí dá-se aquela sequência de diálogos inúteis e sem sentido do tipo:

"Eu tenho que te dizer tudo, é?"  -  "Hã?"
"Por que você não fez isso?"  -  "O quê?"
"E ainda se faz de lesada..."  -  "Eu posso saber o que você quer que eu faça?"
"Quando você me pedir alguma coisa eu vou fazer do mesmo jeito que você fez!"  -  "Mas você NÃO me pediu NADA!"
"Mas é muito preguiçosa mesmo..."  - #@&¨F%!*O#&¢!!!

E nem adianta argumentar, se dispôr a fazer qualquer coisa, pedir de desculpa por algo que você não teve culpa, porque não vai adiantar de PORRA nenhuma.

Ainda tem aquela ocasião que a pessoa esquece de fazer alguma coisa e quer que você adivinhe que ela esqueceu e que ajeite para ela. E não adivinhe não pra ver o que acontece...
"IRRESPONSÁVEL! INÚTIL! PREGUIÇOSA!!!"
ou ainda...
"Essa cabeça só serve pra separar orelha e crescer cabelo, é?"

Eu posso até ter usado só os exemplos que eu vejo (e sofro) aqui em casa (é! a minha família é doce e delicada assim mesmo). Mas isso não é só um privilégio da minha família. Tem muita gente sem noção por aí que acha que todo mundo tem uma veia cigana e se estressa quando a bola de cristal do outro falha. Na escola, na faculdade, no trabalho e até no meio da rua (é sério - a pessoa nem te conhece e quer que você descubra que ela quer alguma coisa).



Agora, me diz! Me diz o que é que dá pra fazer numa situação dessa? Além de esperar a pessoa se virar e rir da cara dela, é lógico...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Palavrão? Não... Força de expressão

Convencionalmente, costuma-se chamar a pessoa que fala muitos palavrões de "boca suja". Mas por quê? Por que é um "nome feio"? E quem disse que é feio? O que/quem define uma palavra como culta e bonita ou vulgar e feia?

Falar palavrões nada mais é do que uma maneira de se expressar. É muito difícil encontrar uma palavra mais polida e menos agressiva para transmitir a real intensidade dos seus sentimentos. Sem falar na incrível dubiedade dos palavrões: eles podem tanto expressar algo muito bom ou muito ruim, uma alegria imensa ou uma raiva indescritível.

Um amigo meu tem a seguinte teoria: os palavrões fazem parte do arco reflexo, pois, às vezes, junto de um movimento súbito, vem um "nome feio". E como, sonoramente, não tem um efeito "apreciável", definiu-se como algo vulgar.

Por exemplo: puta que pariu. Você diz puta que pariu quando bate o seu dedinho do pé em algum lugar. Um AI nunca vai emitir o tamanho da sua dor e indignação pela sua leseira, por assim dizer. Mas também se usa um puta que pariu quando você tem uma surpresa muito boa, um amigo que você não vê há tempos, ou um presente muito foda que vocêacaba de ganhar. Dizer um NOSSA soa sem entusiasmo e não traz a mesma emoção.


FODA então...  Isso é foda! pode ser algo muito bom, ou algo muito chato. Pode-se usar o foda até com malícia.


PORRA! Existe uma palavra mais multi-uso do que essa? Que porra é essa? Pooorraaa... ou simplesmente Porra. Traduzem diferentes níveis de indignação, ou surpresa. Dizer um POXA não é a mesma coisa... Fica faltando um impacto a mais.


E CARALHO? Usado tanto para surpresa positivas, como para as negativas; tudo depende do quanto você prolonga o segundo A.

E ainda tem aquela história de que mulher não pode falar palavrão. Por que vai de encontro com a delicadeza natural das mulheres. O caralho! Tem certas horas que nós precisamos de algo impactante. O cara faz a maior sacanagem e eu vou chamar ele de boboca? Mas é CLARO que não. Vou chamar ele de filho da puta escroto, otário e idiota. Ou algo terrível acontece e você vai dizer "que coisa mais chata", ou pior, e tem gente que fala mesmo, "que cocô!". Fezes, por fezes, muito mais libertador exclamar um MERDA!

É óbvio que não se deve aplaudir o uso indiscriminado de palavrões. Afinal, síndrome de Tourette é uma doença. Mas recriminar uma pessoa só porque, de vez em quando, ela tem a necessidade de enfatizar um sentimento, seja de alegria, raiva ou frustração, é uma puta idiotice do caralho.

Eu adoraria não falar "nomes feios". Mas aí eu perderia o impacto/exagero/emoção das minhas frases, o que tiraria toda a graça da réplica/conversa/discussão. Então, foda-se. Entre o bonito e o feio, eu prefiro me expressar.